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Escrever e escrever, pensar, refletir... afinal não é para isso que existem os blogs? Por aqui vão passar ideias, palavras, pensamentos... tudo o que nos der na real gana... ou não seremos "Levada da Breca".

O Facebook também serve para coisas, como recordar outros tempos e até outras atitudes. Há precisamente nove anos, no dia de 11 de Janeiro o Carlos Semedo partilhava este texto e esta foto (ver texto no final). Foi emocionante, claro. E tudo foi feito com muito cuidado, porque as condições psicológicas, na altura, não eram, ainda, as melhores e as emoções não podiam ser fortes. Mas foi bom receber no Centro de Reabilitação Rovisco Pais, na Tocha, a mensagem do cantor.
Sempreo fui acompanhnd e amirndo, fui de proposito a Lisbioa ver um concertodele.õra, no ano transato tentei marcar uma nova entrevista com João Pedro Pais, em Idanha-a-Nova, que não foi a primeira, mas provavelmente terá sido a última, a admiração desmoronou-se. A antipatia sobrelevou-se à timidez aparente e a arrogância veio ao de cima. Tudo começou pela dificuldade em marcar a dita entrevista, previamente falada com os seus assessores. E, eu contrariamente ao que é meu timbre, insisti em demasia. A ideia era ter João Pedro Pais no estúdio em Idanha-a-Nova, um dos mais bonitos estúdios de televisão, de que me lembre. Para ali aceder bastava, mesmo ir de carro. Era sair do carro e sentar-se no sofá. De nada valeu a explicação, mandar fotografias, nada!!
Que não ia a estúdio, que eu, se queria é que tinha que ir aos camarins, para realizar a entrevista. A arrogância manifestava-se. Procurei que assim não fosse. Mostrei o belíssimo estúdio da Beira Baixa TV, em Idanha-a-Nova. E nada! Ora eu, contrariando todos os meus princípios, acabei por ceder! Mal sabia eu, o que estava para vir… e até aí já tinha levado com o primeiro balde de água fria.
Deslocámo-nos aos supostos camarins, onde mal cabia eu e o João Pedro Pais, quanto mais o câmara com a máquina. Mas, com todos em situação incómoda, lá comecei a entrevista, até que, surge a pergunta que não deveria ter sido feita. Mas, a mim, enquanto jornalista cabe-me perguntar, a ele, enquanto artista cabe-lhe responder. Se não quiser responder, assuma Mas, mesmo a contra gosto acabou por responder. Só que eu, percebendo o incómodo do artista e a rispidez nas respostas e nas atitudes, ‘despachei’ a entrevista. A antipatia manifestava-se. Eu que já tinha estado diversas vezes com ele, fui desvalorizando e desculpando com a sua timidez!... Qual timidez? Viria eu a perceber pouco depois a tal arrogância, roçando, até a falta de educação.
Ameaçou despedimentos, fez um escarcéu nos bastidores e para culminar em beleza, “proibiu” a passagem da entrevista.
Foi um balde de água fria. Mas, também foi a decisão mais fácil de tomar! Não quer, não passa! Não para ceder à sua vontade, mas porque na Beira Baixa TV há quem mande e eu no meu trabalho também tenho uma palavra a dizer.
E, assim, em poucos minutos caiu-lhe a máscara e mostrou a sua arrogância e altivez.
Não deixo de admirar a sua musica, as suas letras , a sua voz. Deixo de admirar a pessoa, pelo que mostrou ser. Lamento! São estes os tais ídolos com pés de barro!
Cristina Mota Saraiva
Aqui fica o texto de Carlos Semedo
Ontem, no concerto do João Pedro Pais, o cantor fez, mais que uma vez, uma dedicatória a uma jornalista que trabalha em Castelo Branco, afectada por um problema de saúde grave, que as esquinas da vida lhe trouxe. Acontece que essa jornalista, de forma recorrente, quando falava comigo, por razões profissionais ou não, me perguntava: e para quando o João Pedro Pais. E eu respondia, um dia destes, um dia destes. Aconteceu que ela não pode estar presente fisicamente no concerto de ontem, pelas tais razões de saúde. Contudo, esteve lá pelas palavras do cantor. E eu acho isso uma coisa muito simpática e bonita. A Cristina Mota Saraiva vai, até, receber um vídeo gravado pelo João Pedro Pais, que ele gravou no final da sessão de autógrafos. E eu, feliz, porque um Teatro é um espaço, também, para estas cumplicidades.
Mas, digo eu, agora, as cumplicidades também se perdem…. Quando as atitudes e a falta de humildade se manifestam!
Há poucas coisas que me deixam tão satisfeita dcomo realizar um bom trabalho. Por exemplo, uma entrevista. Não há grande mistério: faço perguntas claras, o entrevistado responde, e eu transcrevo fielmente. Abre aspas, fecha aspas, cito palavra por palavra! Tudo muito simples!

Mas, invariavelmente, aparece o "inteligente". Aquele que, cheio de certezas, me acusa de distorcer factos, inventar frases ou deturpar intenções. E, como se não bastasse, ainda exige que altere o que foi publicado, que me retrate publicamente por algo que nunca disse, sendo eu apenas a transmissora da mensagem.
Mas não fica por aí! Esse ímpeto exacerbado de superioridade leva-o a achar-se a última Coca-Cola do deserto. E com uma veemência teatral, recorre à ameaça clássica: "Já falei com o meu advogado, e isto não vai ficar assim." Uma frase tão desgastada que deveria vir acompanhada de um manual de clichês para amadores.
É claro que, ao ouvir isso, o meu corpo reage de forma instintiva. Sinto um friozinho nas costas, um arrepio na espinha e, como diria o outro, «fiquei a tremer das pernas». Ou, pelo menos, foi isso que ele pensou. Na verdade, a única coisa que pensei foi: "Mais um que acredita que o mundo gira ao ritmo do seu ego."
Mas eis que o tempo, juiz imparcial, entra em cena. O político impoluto, tão seguro da sua moralidade inquestionável, é apanhado nas malhas da justiça pouquíssimos meses depois. Notícias correm, escândalos estouram, provas surgem... E a máscara cai.
Agora, pergunto-me: será que o político impoluto já falou com o advogado? Talvez o mesmo com que me tentou intimidar? Ou, quem sabe, esteja agora a ligar para outro, mais especializado em danos que atinjam a fama. O irónico de tudo isto é que, ao cabo e ao resto, a verdade não precisou ser defendida por ninguém. A verdade fez o seu caminho sozinha. Porque, entretanto, numa reunião politica foi anunciado que, no âmbito da análise dos contratos interadministrativos foram identificadas possíveis irregularidades por parte do politico/inteligente/impoluto. Ah!!! Que estranho.
Porque foram detetadas situações que podem configurar impedimentos legais relacionados com o inteligente impoluto.
E eu? Bom eu, continuo aqui. A fazer perguntas, a transcrever respostas e a abrir e fechar aspas. Pois, ao contrário do que alguns pensam, a minha função não é julgar, muito menos distorcer a realidade. É apenas relatar!
E se isso incomoda os "inteligentes", talvez o problema não sejam as minhas palavras, mas os atos que elas refletem e que me cabe transcrever fielmente.
E pra terminar em beleza os seus pares detetaram, também, as falcatruas do inteligente e tiraram-lhe o tapete, depois de descobrirem possíveis irregularidades, por parte do politico/inteligente/impoluto.