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Escrever e escrever, pensar, refletir... afinal não é para isso que existem os blogs? Por aqui vão passar ideias, palavras, pensamentos... tudo o que nos der na real gana... ou não seremos "Levada da Breca".
A ideia de que nas nossas diferenças somos iguais cresceu e implementou-se. As mentalidades, felizmente mudaram. Nunca tive dúvidas disso, até porque tive na família uma tia com debilidade mental (não sei se será este o termo mais correto) e sempre lidei com ela de igual, para igual. Já os restantes elementos a trataram sempre como a “maluquinha”. Talvez por isso mesmo ela me desse especial atenção.

Ao longo da vida sempre lidei com a deficiência por perto, sobretudo a mental e foram diversos os trabalhos que fiz com portadores de diversas debilidades. Mal sabia eu que um dia me viria a debater, também, com essa situação. Felizmente, a nível de cabeça tudo ficou quase a 100 por cento. A parte física, essa ficou afetada e inicialmente muito, mesmo! Não me entreguei e recuperei.
Desde que frequento a Associação de Apoio à Criança do Distrito de Castelo Branco, que a minha recuperação foi ainda mais fantástica.
Mas, sobretudo permitiu-me outras experiências, conhecer outras pessoas, lídar com a deficiência mental. E foi assim que conheci o Diogo. Um “menino” muito especial que logo me cativou. E pelos vistos eu e os meus pares da Associação também o cativámos. Tanto que “afastou-se” dos colegas para se juntar a nós. Jantou connosco, fez sala connosco e o dia seguinte, lá estava ele, para tomar o pequeno almoço connosco.
Fiz (emos) um amigo. E o registo do amigo Diogo aqui fica! Publico a foto, porque o Diogo está de máscara!!
Porque todos temos os mesmos sentimentos, rimos com as mesmas graças e choramos com as mesmas dores.

Ao lado de mais quatro atletas, tive oportunidade de participar na VII edição de Desporto adaptado na cidade de Pinhel. <Para a história ficam os resultados magnificos desta participação dos atletas da AACCB, nos jogos adaptados nas cidades de: Pinhel e Guarda. Este foi um encontro promovido pela ADM Estrela. A atleta Rita Mascarenhas, na modalidade de atletismo: salto em altura feminino: obteve um 1º lugar e um 2º lugar em velocidade. O atleta João Miguel na modalidade de atletismo: salto em altura Masculino, alcançou um 2º lugar. A equipa de Boccia, composta pelos atletas Sérgio Gomes e Cristina Mota Saraiva, alcançaram um 3 lugar no pódio. No dia seguinte, a comitiva da AACCB alcançou um 1º lugar na modalidade de Pólo Aquático, destacando-se como Bicampeã do Torneio. Foram dois dias de muita pratica de atividade física, muitos sorrisos, afetos, partilha de experiencias, troca de ideias, entre 14 delegações que fizeram parte deste torneio.
O meu tetemunho: ainda na cidade de Pinhel, cidade Falcão, onde participo pela primeira vez numa Edição de deporto adaptado, a VII, numa organizacão da ADM ESTRELA, em representação da Associação de Apoio a Criança do Distrito de Castelo Branco, permito-me refletir o seguinte: Foi uma presença a titulo pessoal muito gratificante, porque me permitiu integrar uma equipa e representar uma instituição com a responsabilidade que isso acarreta.
Foi a primeira vez e que, logo à partida, me trouxe uma grande lição: a não embandeirar em arco, colocando as expetativas elevadas, o que é bom, mas que me ensinou que também devo ter a humildade suficiente, para cumprir esse papel da melhor forma e sem arrogância. E isso acabou por ser fatal e comprometer toda uma equipa. De qualquer forma valeu pela lição aprendida.
Este tipo de iniciativas permite um forte convívio entre pessoas com as mais diversas personalidades e patologias, provando, mais uma vez que o desporto é extremamente democrático e permite esbater qualquer tipo de fronteiras, sejam elas físicas, mentais, religiosas (o que nao era o caso) ou de qualquer outro tipo. A convivência salutar entre todos os participantes prova que, de facto somos todos iguais e esta mensagem devia extravasar as barreiras de cada uma das instituições e ser passada para o exterior, como forma de lição para aqueles que continuam a desvalorizar a deficiência, seja ela em que patamar for.
Este encontro, seguiu-se ao idêntico realizado em Castelo Branco e cumpre uma tradição que vai já na sua sétima edição, como a albicastrense.
A Associação albicastrense conseguiu mais um sucesso, com prémios cimeiros nas mais diversas modalidades.
Pela minha parte espero continuar a merecer a confiança do treinador David Rodrigues e da direção da Associação, para poder continuar a marcar presença, que mais não seja, para fazer companhia à Rita Mascarenhas, ou participar, quando houver hipótese no Boccia ou noutra modalidade.
Este tipo de competição visa, na minha prespetiva criar responsabilidade, espírito de equipa e, também, a lidar com a frustração da derrota.
Os laços de amizade que se criam é um dos pontos altos da competição, senão o mais importante.
Resumindo e concluindo estou pronta para o próximo desafio e prometo ser mais responsávei e ouvir as indicações do treinador!
Pinhel, concelho de história, de vinhos e tradição, foi o destino eleito para mais um encontro de desporto adaptado.
Com apenas cerca de 3500 habitantes na zona urbana e menos de 10 mil a nível concelhio, Pinhel é cidade. A razão é de ordem religiosa, já que em 1770, por desanexação da Diocese de Lamego, torna-se diocese e cidade. 111 anos depois, a diocese é extinta e incorporada na Diocese da Guarda, mas permanece como cidade, assumindo já os seus 250 anos.