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Escrever e escrever, pensar, refletir... afinal não é para isso que existem os blogs? Por aqui vão passar ideias, palavras, pensamentos... tudo o que nos der na real gana... ou não seremos "Levada da Breca".
Esta é a luta de todos!
É a luta pela defesa de uma região que, talvez por ainda conseguir preservar pequenos oásis com uma pureza quase imaginária, se torna apetecível!
Eu não quero a Sophia, porque quero que a Ana, a minha filha, que já teve de se ausentar para conseguir uma vida melhor, regresse, um dia, a um país limpo, com gente nesta região, com a nossa cultura, os nossos costumes e as nossas tradições.
É aqui que vivemos e é aqui que queremos continuar!

E queremos continuar por cá, a respirar ar puro, com uma floresta saudável!
Porque esta é a minha terra, onde quero continuar a viver (surripiei a imagem da página da Cláudia Baltazar).
Porque esta é a minha terra, aqui quero envelhecer, aqui quero continuar a ver florescer as árvores e as memórias.
Que o vento que circula nas serras leve o nosso grito:
A Beira quer viver — e viver limpa, inteira e livre!
A Força da Rita e o Chamado à Empatia

"Há 21 anos, por esta hora, chegava à Cirurgia Plástica dos HUC – Hospitais Universitários de Coimbra, para fazer uma cirurgia supostamente simples… e acabou por ser o meu inferno pessoal.
O que era para ser um procedimento rápido transformou-se numa longa travessia de dor, marcada por uma infeção brutal que me levou várias vezes ao bloco operatório ao longo dos anos — e por erros médicos nunca assumidos.
Por um desses alinhamentos cósmicos que a vida gosta de traçar, faz hoje também cinco anos que estava novamente a entrar numa Cirurgia Plástica — desta vez no Hospital de Santa Maria. Fui operada por uma equipa médica extraordinária, que me devolveu a dignidade física e humana. Trabalharam com o que havia, e não era fácil. Mas refizeram tudo.
Foram centenas de horas entre cirurgias, correções, pensos e micropigmentação. Hoje, as cicatrizes continuam comigo — mas custam mais as memórias, o medo e o tempo perdido. Foram muitos anos da minha vida nisto.
Em Coimbra, o que me valeu foram as equipas de enfermagem — sempre carinhosas, pacientes, atentas às minhas febres, ataques de pânico e crises de choro. Valeram-me também os amigos que me visitaram e, sobretudo, as companheiras de luta, que mesmo em sofrimento, encontravam força para dar a mão.Este texto é da Rita Pinhão, minha companheira de cama ao lado, há 21 anos:
A Rita foi operada pouco antes de mim. Eu fui a seguir — já num estado de ansiedade enorme. Tinham passado mais de três horas. Entrei no bloco, sedaram-me e não tenho a mínima ideia de quanto tempo lá estive. Quando acordei, perdida no tempo, estava no quarto que me tinha sido destinado. A Rita estava ao lado. Ambas passámos pelo mesmo processo.
A diferença é que eu tive “sorte”. Recuperar não foi fácil, mas consegui. Ainda rebentou um ponto, houve sustos, mas passou.
O meu processo acabou bem. O da Rita teve muitas barreiras.
E é por isso que escrevo isto — porque há histórias que não podem ficar guardadas.
A Rita é o rosto de tantas pessoas que sofreram em silêncio, vítimas de erros que ficaram por assumir e de um sistema de saúde que tantas vezes se esquece daquilo que devia ser essencial: a empatia.
Não gosto muito da palavra “guerreira” — banalizou-se — mas a verdade é que a resiliência da Rita merece ser reconhecida. A sua força, o seu sofrimento e a sua capacidade de continuar merecem ser contados.
O meu processo acabou bem. O da Rita, não.
E é por isso que não podemos calar.
Os erros médicos, os maus-tratos, a falta de humanidade — tudo isso precisa ser denunciado. A saúde em Portugal precisa de um novo rumo. Os profissionais precisam de se lembrar de que do outro lado há uma pessoa frágil, vulnerável, assustada.
E as administrações hospitalares não podem, não devem, fazer tábua rasa de quem sofre.
Falo da Rita, mas podia falar de tantos outros.
De quem foi deixado à sua sorte, de quem foi empurrado para a rua — como eu própria, por ter entrado com uma scooter de mobilidade reduzida numa unidade hospitalar e sido literalmente “colocada” lá fora.
Este país precisa ser mais empático. Precisa olhar para os seus doentes como olha para os seus heróis — porque eles também o são.
A Rita talvez continue a lutar, talvez tenha encontrado paz. Não sei. Mas sei que a sua história vive em mim e em todos os que a conheceram.
As suas cicatrizes, e as de tantos outros, são marcas de dor, sim — mas também de resistência, de fé e de humanidade.
Que esta história sirva para despertar consciências.
Porque a dor, quando partilhada, transforma-se em força.
E a força, quando nasce da verdade, tem o poder de mudar o mundo.

Os desafios sucedem-se e não nos dão tréguas. Mas talvez seja mesmo assim que tem de ser: para nos provar que somos capazes de resistir, de avançar e de nos reinventar. Quando surgem convites para projetos que nos tocam, não é só uma escolha — é quase uma obrigação interior de seguir em frente. Fazemo-lo por nós, pelas causas em que acreditamos, pelas lutas que abraçámos e, sobretudo, pelas pessoas que depositaram em nós a sua confiança.
Acreditar em ti próprio nem sempre é fácil, mas é aí que reside a chave. É olhar para dentro, encontrar aquela força escondida e deixar que ela fale mais alto do que as dúvidas. Saber que és capaz dá-te asas, mas é a humildade que te mantém firme no chão, com os pés assentes e o coração aberto.
E é nesse equilíbrio que, muitas vezes, se abrem caminhos que nunca imaginámos percorrer. Porque os desafios, mais do que obstáculos, podem ser oportunidades de transformação. E cada passo dado, com coragem e verdade, é uma vitória silenciosa que nos empurra mais longe do que pensávamos ser possível.
No fim, tudo se resume a isto: acreditar, persistir e nunca esquecer quem somos.
E também agradecer. Agradecer a quem se lembrou de mim, a quem acreditou. Porque muitos não o fizeram, e até esqueceram o que um dia fui para eles.







Os obstáculos surgem, mas são para serem enfrentados de frente, com coragem e determinação. Temos de ter força para avançar, mesmo quando tudo parece contrário. Estamos cá tão pouco tempo… e cada instante merece ser vivido intensamente.
Muitas vezes foste testada. Muitas vezes aqueles de quem esperavas apoio foram os primeiros a virar-te as costas. Mas foi nesses momentos, onde só pareciam existir fragilidades, que encontraste a tua força. No final, percebes que foram exatamente essas provações que te impulsionaram e te trouxeram até aqui.
Há um vasto rol de pessoas a quem devo agradecer. Elas sabem quem são, mesmo que hoje estejam longe, porque estiveram presentes desde a primeira hora. E há também aqueles que apareceram quando eu mais precisava… aqueles que me levantaram quando eu caí, que me deram força sem nada me deverem.
Dizem que é na adversidade que se conhecem os verdadeiros amigos. E foi assim que aprendi: na adversidade descobri quem permanece, quem verdadeiramente importa.
A todos vós, o meu mais profundo e sincero agradecimento. A vida seria menor sem cada um de vocês.

Castelo Branco volta a dar vida à tradição com a reativação do histórico Concurso do Vestido de Chita, precisamente 80 anos após a sua primeira edição. O evento terá lugar no próximo dia 6 de setembro, às 21h, no Parque da Cidade, recuperando a memória de um certame que marcou gerações.
O primeiro Concurso do Vestido de Chita realizou-se a 30 de agosto de 1944, por iniciativa do Jornal de Notícias, do Porto, e contou com 23 concorrentes. As receitas reverteram, então, a favor do Asilo Distrital da Infância e do Dispensário do Dr. Alfredo Mota. Ao longo das décadas seguintes, a organização esteve a cargo de várias instituições locais, como o Benfica de Castelo Branco, os Bombeiros Voluntários e o Clube de Castelo Branco, até à última edição, nos anos 90 do século passado.
Sob o mote “Dar vida à memória; vestidos que contam a nossa história”, a edição de 2024 reunirá 20 concorrentes, que apresentarão propostas originais, mas também dará palco à memória com o desfile de 10 vestidos históricos que marcaram os desfiles no século passado.
Além dos apoios concedidos para a confeção dos trajes, os vencedores receberão prémios pecuniários em cartões de compras no comércio tradicional, estando ainda previstos prémios de participação para todos os intervenientes.
O júri, composto por cinco albicastrenses em representação da Junta de Freguesia, Câmara Municipal e comunidade, será presidido por Vicente Trindade, bailarino, coreógrafo e designer de figurinos de dança.
A noite será ainda enriquecida por momentos musicais, a cargo dos Cavaquinhos de Castelo Branco e do grupo Musicalbi.
A entrada é livre.






Há quem pague fortunas por experiências de “glamping” — dormir ao ar livre, com todo o conforto. Pois bem, na nossa cidade, esteve disponível durante umas horas um quarto improvisado que reunia tudo: colchão, céu estrelado e localização central.
O “empreendimento” foi instalado junto à linha do comboio, oferecendo aos hóspedes não só o chilrear dos pardais ao amanhecer, como também o suave embalo sonoro das composições ferroviárias. Um pacote completo.
Na noite inaugural, o quarto manteve-se vazio, talvez porque a clientela não estivesse preparada para tamanha exclusividade. Na manhã seguinte… desapareceu. Terá o proprietário arrependido regressado? Terá sido levado por um sonâmbulo desalojado? Ou por um entusiasta do campismo urbano que não resistiu à oportunidade? Mistério.
Certo é que alguém dorme agora na rua… mas em grande estilo. Para o próximo, talvez o colchão apareça na Praça Central. Assim, pelo menos, há público garantido.

Tu és tão eu, que às vezes me assusto.
Vejo-te caminhar com aquela determinação que reconheço no espelho. As mãos falam como as minhas, os olhos brilham com a mesma força — e quando ficas em silêncio, é o mesmo silêncio teimoso que eu fazia.
Tu és o meu reflexo, mas melhorado. Tens a minha coragem, mas usa-la com mais leveza. Herdaste os meus medos, mas dás-lhes menos poder. És feita da mesma matéria — intensa, justa, impaciente, sonhadora — mas vivida à tua maneira, com o teu tempo, o teu corpo, a tua voz.
Somos tão iguais que discutimos como quem se reconhece demais. Mas é nesse espelho que me encontro e me orgulho.

Um doce é assim!
Um doce reconforta,
um doce dá alento!
Um doce alimenta,
um doce sacia.
Um doce aquece a alma,
adormece a dor,
abre sorrisos no meio da rotina.
Um doce traz culpa,
é o açúcar a correr nas veias,
mas que importa isso...
se o doce é alegria que se mastiga,
é mimo embrulhado em papel brilhante,
é infância que volta num só trincar?
Um doce é isso:
um instante só —
mas intero










As amizades constroem-se com o tempo e, geralmente, começam por algo que une as pessoas.
No nosso caso, tudo começou com o Sporting, e rapidamente o amor por esse grande e único clube nos aproximou ainda mais.
Essa união foi crescendo e cimentando-se. Foste — e continuas a ser — importante para mim.
Não é preciso vermo-nos ou falarmos todos os dias. Basta que me dês nas orelhas quando a minha "ausência" de… postura, raciocínio, ou forma de estar… se faz notar!
Hoje é o teu dia.
É sinal de que, apesar de todos os obstáculos e agruras da vida, continuamos a encontrar-nos, a falar, a estar presentes.
Fui "madrinha" ao juntar dois corações de ouro. Serei sempre "madrinha" da tua paixão!
Hoje cumpres mais um!
E vamos continuar por aí: a beber umas bejecas (agora já menos!), a ver jogos, a festejar vitórias, a comemorar campeonatos!
Quero que tenhas um dia hiper feliz, e que este novo ano acrescente mais vida ao que ainda temos para viver.
Aquelas SL de sempre!
PARABÉNS — DIA FELIZ!

A cor que visto por fora, é a mesma que sai de dentro.
Mesmo quando o mundo me vê cinzenta, ou pensa que em mim não há pigmento…
Há sempre cor — escondida, talvez, mas viva!
Por vezes pareço sem brilho, e nem sempre ela lá está, e parece que nem sempre existe... como se tivesse apagado o tom, como se em mim só restasse sombra.
Qual quê? É mentira! A cor está lá, porque mesmo sendo negro é a cor do momento. É cor de poucas vezes, cor de cerimónia, mas eu sou de alma de cor, mesmo quando estou de cerimónia!
Porque eu sou de alma cor, que pulsa, que vibra, que resiste! Cor que se acende na ausência. Cor que nunca me abandona!
Porque até o negro é cor.
Cor de silêncio, de luto, de força.
Cor de cerimónia, de raras vezes.
E mesmo nessas vezes ela diz quem sou!
Porque mesmo quando ninguém a vê, ela anda sempre comigo! Porque eu também sou primavera. E primavera, é cor!
CMS/JUNHO 2025